quinta-feira, 17 de março de 2011

Cecília Meireles




Para que tu me adivinhes, 
entre os ventos taciturnos, 
apago meus pensamentos, 
ponho vestidos noturnos, - 
que amargamente inventei.










Basta-me um pequeno gesto, 
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo e 
eu para sempre te leve...










Neste mês, as cigarras cantam e os trovões caminham por cima da terra, agarrados ao sol. 
Neste mês, ao cair da tarde, a chuva corre pelas montanhas, e depois a noite é mais clara, 
e o canto dos grilos faz palpitar o cheiro molhado do chão.











Minha infância de menina sozinha 
deu-me duas coisas que parecem negativas, 
e foram sempre positivas para mim: 
silêncio e solidão. 





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