sexta-feira, 29 de julho de 2011

Hoje eu queria...



Hoje eu queria te levar um beijo de boa noite. Um beijo delicado sobre tua testa, sem nenhuma outra intenção além de te desejar uma boa noite de sono. Nem pedir para estar em teus sonhos, nem pedir para dormir ao teu lado. Queria apenas te ver doce, te ver repousar com todas as inseguranças e perspectivas de um menino, já que a barba será feita somente antes do trabalho, já que os compromissos, por enquanto, estão apenas na agenda, já que o coração está tranqüilo e quase amando uma menina que queria beijar sua testa pelas noites que virão, já que o sono parece uma boa cama para os sonhos que ainda precisam esperar, já que agora o homem pode tirar a máscara e deixar o nu da face iluminar um punhado de estrelas que moram no teto do seu quarto, já que o tempo entre um pensamento e outro é tão rápido e tão milagroso que pode despertar o próximo dia.

Cáh Morandi


...eles esperavam um pelo outro, embora nenhum pedido tenha sido feito.



Talvez nunca mais se cruzem. Talvez ela mude de emprego, alugue um apartamento novo de frente para um pracinha com uma única árvore, comece a acordar às cinco da manhã, passe o café enquanto procura um par de meias, venda o carro, comece a pegar duas lotações para chegar no novo emprego, ache até bonito o uniforme, quem sabe canse no fim do dia, chegue atrasada no ponto de ônibus, não tenha o dinheiro para o táxi. Ele deve ter escolhido ficar em São Paulo, ou no Rio de Janeiro ou em Brasília, não importa aonde ele tenha ficado, talvez ele queira ganhar muito dinheiro, comprar um flat de frente para o mar, viajar para Dubai no próximo feriado, comprar um carro novo, pedir para alguém fazer seu café, ter uma sala só para ele no andar mais alto do prédio, sapatos de couro, meias bem alinhadas, talvez ele preferisse ternos mais claros, um cartão com limite mais alto. Eles não souberam quando começaram ou terminaram, se por algum momento a mágica do “nós” chegou a acontecer, se podia ser amor ter vontade de dividir uma pizza. Talvez ela quisesse somente uma companhia, alguém para chamar de “amor”, um par de meias novas no Natal e passear na pracinha que tem apenas uma árvore. Ele quis um apartamento maior, a estabilidade que pode ser superficialmente alcançada, um salário mais proveitoso. Nunca disseram adeus, nem até mais, nem qualquer outra coisa que desse possibilidade de um fim ou de um próximo encontro; terminavam as conversas com beijos, quando mais frios com abraços. Talvez ele a ame. Talvez ela quisesse saber disso. Por causa da mudez das emoções que sentiam, eles não sabiam que destino davam a si. O bonito deles é a coisa mais simples em suas histórias: de alguma forma silenciosa e cheia de esperança, eles esperavam um pelo outro, embora nenhum pedido tenha sido feito.

Cáh Morandi


Cáh Morandi



Já não quero ser grande, forte, inatingível.
quero ser, por hora, de um tamanho que
eu ainda me reconheça, que ainda saiba
me encontrar no passado ou um dia no futuro.
Quero ser humana, quero ser carne e osso,
quero sentir, quero tocar... quero poder
ser isso que sou na medida qualquer do tempo,
estar sempre pronta a me recompor das tempestades;
Não devo estar tão errada...

Há tanta água no oceano que se deixa evaporar

pelo único prazer de voltar a ser uma gota de chuva.

Cáh Morandi


Cáh Morandi

- Devíamos ter mais opções de escolha.
- Como assim?
- Escolher de quem gostar, por exemplo...
- Isso não dá.
- E se desse, o que você faria?
- Ainda assim escolheria você.

Cáh Morandi


sábado, 23 de julho de 2011

Fernanda Mello


"Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, 
inventar mundos, inventar amores. 
O simples me faz rir, o complicado me aborrece."

Fernanda Mello

domingo, 26 de junho de 2011

Ana Jácomo



Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo.






Ana Jácomo



"Eu me lembrei que fugir, às vezes,
é necessário para recuperar o fôlego.
Para restaurar a força."
 
 
 
 
 
 
 
Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir.
 
 
 

domingo, 17 de abril de 2011

Eu não queria...


 Eu não queria crescer...Bom,já crescí mas,não queria.
Tenho alguns vinte e poucos anos e acho que quando tinha dez e poucos tudo era mais fácil.
Tenho um trabalho(que não é muito fácil)que envolve vidas.Trabalho 12 horas por dia e quando acaba meu plantão é como se tirassem um peso das minhas costas mas,não do meu coração.
Algumas pessoas morrem...outras vão bem para casa(e isso é ótimo!!)e eu continuo não querendo crescer.
Crescer dói...de repente você precisa não precisar da sua mãe (e a minha se foi tão precocemente.E eu ainda preciso dela).De repente você se vê em meio à tantas pessoas que não sabe serem boas ou ruins.
Não se sabe até elas te ferirem com indiferença,falsidade,rancor,ódio,desprezo,assalto,aspereza.hostilidade,enfim...
Mas também tem aquelas pessoas que talvez tenham valido à pena você ter crescido pra conhecer.
Pessoas doces,meigas,amigas de verdade,um cara especial(e tenho um cara desses em minha vida),gentis,honestas,educadas,que se importam se você está bem ou não.
Mesmo com tudo que hoje há de bom...não queria crescer.
Crescí e perdi  a presença do meu pai (que saiu de casa quando eu tinha 3 anos de idade),perdí os amigos do primário e os do colegial(algumas amigas já casadas e mamães),perdí meu tempo pra capoeira,grupo de dança e andar de patins à noite (como era bom!!!)
Antes não tinha dinheiro mas tinha tempo.Hoje tenho dinheiro mas...
Talvez não seja apenas falta de tempo.Talvez seja falta daquele espírito infantil de que tudo dá tempo.
Eu crescí mas não queria...
Crescí e estou distante do homem que eu amo(ele mora distante).
Crescí e estou longe do meu irmão querido(ele passou num concurso,se casou e foi morar em BH).
Crescí e minha mamãe não está mais comigo(faleceu em 13/02/2010).
Crescí e to sofrendo dores reais,não aquelas que eu inventava quando criança e que logo passava.
Essas dores de agora não passam...
Tenho hoje minha irmã comigo...moramos juntas e nos divertimos à beça.Somos engraçadas juntas.
Mas eu crescí e agora vejo pessoas indo embora sem nem poder dizer "adeus","obrigada","foi bom te conhecer".Elas se vão e pronto!Lá estou eu de novo a receber novos "olás" e a dizer que Deus sabe o que faz.E deve saber mesmo porque senão eu não estaria escrevendo aqui...
Eu não queria crescer mas,crescí e dói demais.



(Elayne SA)





quinta-feira, 17 de março de 2011

Caio F. de Abreu



Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - 
tem espaço na casa e no coração, 
só não se perca de mim.






Abraçe a sua loucura antes que seja tarde demais.



Se um dia ocê se lembrar


Ai que saudade d'oce


Não se admire se um dia um beija-flor invadir

A porta da tua casa, te der um beijo e partir

Fui eu que mandei o beijo que é pra matar meu desejo

Faz tempo que eu não te vejo ai que saudade d'oce

Se um dia ocê se lembrar escreva uma carta pra mim

Bote logo no correio com frases dizendo assim:

"Faz tempo que eu não te vejo,quero matar meu desejo

Te mando um monte de beijos, ai que saudade sem fim.

E se quiser recordar daquele nosso namoro

Quando eu ia viajar você caía no choro

Eu chorando pela estrada mas o que eu posso fazer

Trabalhar é minha sina eu gosto mesmo é d'ocê 
 
(Composição: Vital Farias) 







Só não compreendia



"Não que estivesse triste, só não 
compreendia o que estava sentindo" 

Caio F. de Abreu 

 


 

Caio F. de Abreu


...foi quando eu senti, 
mais uma vez, que 
amar não tem remédio.
 








Tenho um amor fresco e com gosto de chuva e raios e urgências. Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente, nuvem que não passa. Me escorrem desejos pelo rosto pelo corpo. Um amor susto. Um amor raio trovão fazendo barulho. Me bagunça. E chove em mim todos os dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva.
 
 
 
 
 
 
 
 
"Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez."
 
 
 
 

Cecília Meireles




Para que tu me adivinhes, 
entre os ventos taciturnos, 
apago meus pensamentos, 
ponho vestidos noturnos, - 
que amargamente inventei.










Basta-me um pequeno gesto, 
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo e 
eu para sempre te leve...










Neste mês, as cigarras cantam e os trovões caminham por cima da terra, agarrados ao sol. 
Neste mês, ao cair da tarde, a chuva corre pelas montanhas, e depois a noite é mais clara, 
e o canto dos grilos faz palpitar o cheiro molhado do chão.











Minha infância de menina sozinha 
deu-me duas coisas que parecem negativas, 
e foram sempre positivas para mim: 
silêncio e solidão. 





Estrelas

 
 
"As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, 
as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, 
o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, 
e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem. ."


Santo Agostinho






Quando a noite esconde a luz, 
Deus acende as estrelas.

Pe. Fábio de Melo 




 

Beleza



Seus olhos são como relvas 
em comunhão entre si; 
pequena mas grande em beleza!


(Claudiano J. Carneiro)














"A beleza das coisas existe no 
espírito de quem as contempla."


David Home